Guia
Tarot, previsibilidade e Estudos de Futuro: o que eles têm em comum?

Você provavelmente já ouviu falar que “as cartas não mentem jamais”. Será mesmo? Eis aí uma dúvida. Mas que elas estão envoltas em uma grande curiosidade acerca do nosso futuro, isso sim é certo. No entanto, descobrimos em nossas pesquisas que o Tarot é um dos oráculos mais consultados do mundo não apenas para obtenção de pistas sobre o futuro, mas como importante ferramenta de autoconhecimento também.
A origem do Tarot ainda é um tanto obscura. Estudos indicam que os primeiros baralhos, tal qual como os conhecemos, podem ter sido criados por volta de 1400, na Itália. O conjunto de 78 cartas, das quais 22 são chamadas de Arcanos Maiores e 56 de Arcanos Menores, possuem uma estrutura simbólica capaz de representar as mais diferentes situações vivenciadas por nós.
Por isso, as cartas podem nos tocar profundamente, uma vez que cada uma delas contém uma imagem que pode trazer à tona toda a carga emocional que ela possui. Em resumo, ao tirar as cartas, é como se visualizássemos nossos dramas divididos em uma espécie de história em quadrinhos. O potencial profético do baralho também provém dessa profunda interpretação do nosso presente.
Com tudo isso em mente, o estúdio anglo-indiano de design e forecasting Superflux lançou recentemente o “Instant Archetype”, um conjunto de ferramentas para nos auxiliar na imaginação de futuros plurais por meio da ressignificação das cartas do Tarot. Uma forma de estimular o pensamento sobre casos específicos, dados demográficos, atitudes, perspectivas, contextos, circunstâncias e consequências.
Trata-se de um deck de cartas - muito bonitas, diga-se de passagem - com arquétipos reinventados para o século XXI. Uma reimaginação das metáforas atemporais dos Arcanos Maiores, onde o Louco é agora o Consumidor, a Carruagem é um Drone e a Lua é um Meme. Um baralho criado para ajudar a provocar perguntas durante o processo de pesquisa e criação, contribuindo para a geração de insights.
Concebidas ao lado do escritor e pesquisador Paul Graham Raven, as cartas são uma tentativa de tornar os conceitos de ferramentas e futuros tangíveis e acessíveis a um amplo público. Os arquétipos reimaginados ganharam vida pelas mãos da ilustradora Amelie Barnathan.
No livro “The Future - A very short Introduction”, a psicóloga e educadora Jennifer M. Gidley resgata que a abordagem mais antiga para o termo futuro era chamada de ‘profecia’ e estava associada a velhas visões de mundo pré-racionais, que remontam ao primeiro milênio antes de Cristo. O termo, hoje, é raramente utilizado.
Na linha do tempo traçada pela autora, a palavra em inglês futuro (‘future’) parece ter sido usada pela primeira vez no século XIV. Já na virada do século XX, o termo ‘forecast’ passou a ser comumente utilizado para descrever qualquer tipo de escrita sobre o futuro. Juntamente com a crença no progresso e os desenvolvimentos aparentemente ilimitados da ciência e da tecnologia, foi nesse período que as previsões de figuras famosas começaram a se popularizar.
Dos termos que consideramos, o ‘forecasting’ é o mais próximo de 'previsão', geralmente ligado a desenvolvimentos tecnológicos, como, por exemplo, em 'previsão tecnológica'. Embora se pense que os Estudos de Futuro são principalmente sobre previsões baseadas em extrapolação das tendências atuais, os futuros preditivos são apenas uma das várias abordagens de futuro sérias. A verdade é que os Estudos de Futuro são tão extensos agora que existe uma panóplia de termos para descrevê-los, sendo os mais comuns ‘estudos futuros’, ‘previsão’ e ‘prospectivo’.
#guiafuturabilidade #futuros #estudosdefuturos #tarot #InstantArchetype #forescasting #futurosplurais