Guia
Sobre utopias, distopias e retrotopias

“Nossa tendência é acreditar que o futuro será em grande parte como o presente. Mas será verdade?” Este é o questionamento inicial do vídeo Utopia, Distopia e Retrotopia, do canal @futuroscopia_tarapetv, de Brasília.
Durante 15 minutos, são traçadas diferentes linhas entre presente, passado e futuro, com destaque para as contradições a que estamos sujeitos enquanto seres humanos. Queremos viver o inesperado, ao mesmo tempo em que somos resistentes às mudanças. Sabemos que tudo se transforma. Queremos estar no controle ainda que não saibamos bem o que queremos.
Dentro desse contexto e com uma série de referências que exemplificam o espírito de diferentes tempos, o vídeo aborda os conceitos de utopia, “algo que faz com que caminhemos”, na visão do escritor Eduardo Galeano; de distopia, o que seria o oposto de utopia; e de retrotopia, no qual se vislumbra um mundo construído a partir de ideias e ideais do passado.
Daqueles materiais que nos fazem pensar e nos questionar sobre que futuro viveremos. Ou melhor, que futuro construiremos.
Distopias e más previsões
Outra reflexão que propomos se dá a partir do texto 'Vai dar ruim': além da estética, distopias são advertências sobre futuro”, de Lidia Zuin para o @tabuol, sobre as distopias e as más “previsões” que elas trazem.
Lidia levanta a discussão em torno de como as distopias têm sido abordadas na ficção científica, trazendo um levantamento do quanto as imagens de futuro oferecidas pelas indústria do entretenimento são, em sua maioria, sombrias.
A autora traz, inclusive, a opinião de roboticistas como Hiroshi Ishiguro, que comentam com frequência o quanto a indústria cinematográfica apresenta a inteligência artificial e os robôs de forma irreal e cientificamente incorreta. Uma discussão que pode render muito, tendo em vista que a ficção não precisa corresponder à realidade e que o simples fato de imaginar pode, um dia, transformar aquilo que se inventou em realidade.
Com argumentos bem fundamentados por uma série de artigos e referências, a Lídia chama a atenção para o fato de que muitos futuristas têm proposto o conceito de "White Mirror" em oposição à série "Black Mirror", com a construção de futuros mais positivos e que possam transmitir a ideia de que boas inovações também aconteceram. A ideia central é a de que pensar futuros é imaginar possibilidades diferentes que podem ser tanto boas quanto ruins.
Por aqui, sabemos que o pessimismo é um tanto mais comercial que o otimismo. Mas a pergunta que fica é: poderia este pessimismo condicionar o futuro?
Mais: teria a ficção científica algum potencial para influenciar o nosso presente?
Vamos pensar!
#guiafuturabilidade #futuros #ficçãocientífica #distopias #whitmirror #utopia #retrotopia