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Mudanças demográficas e sociais, África e Afrofuturismo: novas perspectivas para o século 21


Foto: Unsplash

Um estudo conduzido pela gestora de investimentos BlackRock e publicado no portal Visual Capitalist identificou 5 megatendências que irão influenciar as políticas governamentais, as estratégias de investimentos e a inovação dos modelos de negócios do século 21:


  1. Rápida urbanização;

  2. Riqueza global emergente;

  3. Avanço tecnológico;

  4. Mudanças climáticas e escassez de recursos;

  5. Demografia e mudanças sociais.


Para além de atuarem como propulsores dos ganhos corporativos, tais drivers impactam a forma como vivemos, trabalhamos e investimos. Das 5 megatendências, no entanto, a pesquisa aponta que a demografia e mudança sociais terá um impacto de maior alcance na economia global. Como dados demográficos, entende-se um conjunto de fatores como idade, gênero, raça, taxas de natalidade e mortalidade, níveis de educação, níveis de renda e tamanho médio da família.


Como grandes mudanças demográficas enfrentadas hoje, o infográfico aponta:


  • População em envelhecimento, com redução das taxas de fertilidade e aumento do número de pessoas com 65 anos ou mais.

  • Força de trabalho no futuro, uma vez que o número de pessoas para sustentar a população ativa terá diminuído.

  • Aumento da imigração, o que vem acontecendo desde a virada do século, com continentes como Ásia e Europa apresentando um movimento maior do que outros.

  • Gastos de consumo, com a natural transferência do poder de compra para as famílias mais velhas.


Em relação à mudança social, esta diz respeito à evolução dos comportamentos ou das normas culturais ao longo do tempo. O relatório da BlackRock aponta que fortes movimentos de mudança social têm sido frequentemente influenciados por mudanças demográficas, incluindo:


  • Redução da pobreza e a fome.

  • Expansão da saúde nas nações em desenvolvimento.

  • Reforma da qualidade da educação e acessibilidade.

  • Defesa da igualdade racial e de gênero.

  • Movimentos em torno de direitos humanos que incluem a criação de políticas ambientais mais fortes e a garantia do direito de voto das mulheres.


África: crescimento, desafios e oportunidades


Foto: Unsplash

A África é o continente que tem vivenciado um rápido crescimento demográfico e representará 50% do aumento da população mundial de agora até 2050, segundo análise da PwC.


De acordo com o relatório da Agenda de Negócios para a África (2015), enquanto Ásia, Europa e América do Norte enfrentam o envelhecimento da população, grande parte dos jovens para o mercado de trabalho em um futuro próximo estará na África.


Outro relatório ainda mais recente, da Pew Researcher Center (2019), informa que 8 países da África integram a lista dos 10 países com maior projeção de crescimento até 2100: Nigéria, República Dominicana do Congo, Tanzânia, Etiópia, Angola, Níger, Egito e Sudão. A Nigéria crescerá mais do que qualquer país, ganhando 527 milhões de pessoas.


Mais pessoas, maior urbanização. Segundo as projeções do Banco Mundial, mais da metade da população africana estará vivendo em cidades até 2040. Até o final do século, o continente abrigará 13 das 20 maiores cidades do mundo.


Tanto crescimento também sugere grandes desafios aos governos africanos, como o fortalecimento das políticas educacionais para qualificação da força de trabalho, o reforço à segurança alimentar e às políticas de desenvolvimento agrícola para satisfazer as necessidades das populações em crescimento e as necessidades advindas da expansão urbana.


Ao mesmo tempo, tal crescimento representa inúmeras oportunidades. O resgate do controle sobre as próprias narrativas, substituindo os estereótipos que há anos vêm sendo reproduzidos pela mídia ocidental, a principal delas. Um movimento que, felizmente, já começou a acontecer.


Precisamos falar sobre Afrofuturismo


Foto: reprodução


No artigo “How Afrofuturism Can Help the World Mend”, publicado no portal Wired, a escritora e acadêmica norte americana Alondra Nelson explica que o Afrofuturismo descreve “visões do futuro - incluindo ciência, tecnologia e suas culturas em laboratório, na teoria social e na estética - através da experiência e perspectiva das comunidades diaspóricas africanas.” Em todas as manifestações do Afrofuturismo, as perguntas são projetadas sobre a experiência negra no futuro.


No Brasil, é impossível falar de afrofuturismo sem antes falar de @morenamariah, produtora audiovisual e pesquisadora das áreas de Afrofuturismo, Mídias e Cultura Afrodiaspórica, umas das principais difusoras do termo e seu significado no país, criadora do perfil @faleafrofuturo.


Em sua participação no TEDxLaçador (2019), Morena contou um pouco sobre a sua trajetória e sobre o momento em que descobriu que existia uma outra perspectiva histórica sobre o povo preto que não a da escravização, da mão de obra. Um momento de descoberta da Maafa (o holocausto africano), que traduz o processo de sequestro e cárcere físico e mental da população negra africana e da afrodiáspora forçada.


Morena entende que para pensar o futuro que queremos viver é preciso entender os desafios do presente, ao mesmo tempo em que entender o presente requer a compreensão e o conhecimento do passado. “A gente só sabe aonde a gente vai se sabe de onde a gente veio”, diz. Por isso mesmo, seu trabalho visa à construção de um mundo em que as crianças possam ter outras perspectivas de futuro para além das que são apresentadas para o povo preto. Um futuro em que caibam todas as pessoas.


Como um dos canais de difusão do Afrofuturismo, a pesquisadora criou o podcast Afrofuturo, que semanalmente aborda temas variados relacionados à cultura africana. Para um bom começo, sugerimos o episódio Black is King, que recebe a professora @azanjeri_ para uma conversa sobre as referências do novo álbum visual da Beyoncé.


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