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Ciência e arte: mais semelhanças do que diferenças

Pense rápido. O que você acredita que a arte e a ciência têm em comum?
Bem, se você enxerga ambas as áreas como completamente opostas, saiba que elas possuem mais semelhanças do que diferenças. É no que acreditamos. E também no que acredita John Maeda, executivo, designer e tecnólogo americano.
No artigo “Artists and Scientists: More Alike Than Different” publicado no portal Scientific American, Maeda explica o porquê deveríamos deixar a polarização de lado e enxergar o potencial de conexão e colaboração entre ambas as disciplinas, uma vez que elas se dedicam a fazer perguntas sobre grandes questões que nos são colocadas.
“O que é verdade? Por que isso importa? Como podemos fazer a sociedade avançar?”. Tanto a ciência quanto a arte buscam profundamente por estas respostas. Assim, o laboratório do cientista e o estúdio do artista são dois dos últimos lugares para a investigação aberta, onde o fracasso é uma parte bem-vinda do processo e a aprendizagem ocorre em um ciclo de feedback contínuo entre pensar e fazer.
Artistas e cientistas tendem a abordar os problemas com uma mente aberta e curiosidade semelhantes. Eles são parceiros naturais. Segundo John Maeda, as práticas atuais de pesquisa científica têm muito a ganhar por envolver artistas no processo desde o início e com frequência. Além de atuarem como grandes parceiros na comunicação da pesquisa científica, os artistas podem ser grandes parceiros na navegação do desconhecido científico.
“Com tudo o que temos que abordar no mundo - continentes em aquecimento, economias flutuantes, cidades monstruosas - buscar questões científicas em conjunto com artistas e designers pode não parecer sabedoria convencional. Mas, dada a natureza não convencional e a escala dos problemas que enfrentamos hoje, há um valor real a ser obtido com as colaborações que unem os melhores talentos que temos nos domínios quantitativo e qualitativo.”
O artigo “União de arte e ciência é essencial para o saber, dizem pesquisadores”, de Leila Kiyoumura para o Jornal da USP, também reforça a argumentação em torno da importância da arte e da ciência caminharem juntas.
A partir de fontes como Ana Mae Barbosa, docente aposentada da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e ex-diretora do Museu de Arte Contemporânea (MAC), também da USP, o texto traz referências de algumas pesquisas já desenvolvidas nos Estados Unidos.
Uma delas, realizada pela pesquisadora Georgette Yakman, culminou no desenvolvimento da metodologia STEAM (sigla para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), que insere o ensino das artes conjuntamente ao ensino das disciplinas exatas, e em que se observa uma melhora significativa no processo de aprendizagem.
O artigo também nos traz alguns dos nomes reconhecidos nacional e internacionalmente por estudarem a arte e a ciência conjuntamente, os quais:
Leonardo da Vinci: pintor da célebre Monalisa. Da Vinci é um artista que se multiplicou como engenheiro, inventor, arquiteto, anatomista, escultor, botânico, poeta e músico, um verdadeiro polímata. O Homem Vitruviano, da imagem acima, é também uma de seus famosos desenhos.
George Seurat: pintor francês pertencente ao movimento neo impressionista, que, segundo o crítico de arte Marcos Fabris, também fonte do artigo, “usou descobertas ligadas às teorias da cor e dos princípios de contrastes simultâneos para, artisticamente, investigar a sociedade do período”.
Mário Schenberg: físico, matemático, político e crítico de arte brasileiro. Para a pesquisadora Alecsandra Matias de Oliveira, curadora do MAC e autora do livro Schenberg – Crítica e Criação, Schenberg considerava a intuição um elemento altamente relevante para a descoberta científica e para a criação artísticas.
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»»»»»E você, conhece alguém ou possui alguma referência de profissional, educador ou pesquisador que integra arte e ciência em seu trabalho?««««««
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